O movimento Romântico, surgido no final do século XVIII, tem como principal objetivo criar uma identidade para a burguesia. A hegemonia dessa classe, possibilitada pela Revolução Francesa de 1789, é responsável pela mudança no projeto literário: em lugar da exaltação da nobreza, os textos passam a valorizar o esforço pessoal e a dignidade. Não havia, na Europa, melhor tema para ser resgatado que o medievalismo, repleto de feitos heroicos e sentimentos nobres. Era necessário, portanto, resgatar o passado histórico: “Recuperar o passado histórico significava, de certa forma, reconstruir passos de um povo e reconhecer os símbolos de sua identidade, aquilo que o torna único e incomparável.”.
O Brasil, fortemente influenciado pelo modelo europeu, adota também o Romantismo. Com a proclamação da Independência, em 1822, tornou-se urgente uma literatura que caracterizasse o Brasil como uma Nação, independente de Portugal. Dessa forma, era preciso escolher um símbolo da identidade nacional. Já que não houve Idade Média no Brasil, não poderia ser o cavaleiro, como na Europa. Não podia, também, ser o homem branco, devido ao ressentimento de colonização. A mentalidade da época não permitia que fosse o negro. Foi escolhido, assim, o índio.
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