terça-feira, 21 de agosto de 2012

Criadores:
Lucas Bueno C. Branco
Raphael Marques dos Santos
Rodrigo de Paula S. B. de Mello

Indianismo na contemporaneidade


                Na contemporaneidade, ainda vemos exemplos da idealização do povo indígena, originada do Romantismo. 
                   Um deles é a canção “Um índio”, de Caetano Veloso. Observa-se o seguinte trecho:

 “Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante
(...)
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico”. 

                   No cinema nacional também é possível observar a valorização do índio como elemento nacional. Na série de filmes "Tainá" (2000 e 2004), a pequena índia habitante de uma tribo na Amazônia, amante da natureza e protetora dos animais, luta para salvar a exuberante biodiversidade brasileira, retratada na produção. A nativa é mostrada como heroína, representante da Nação. Abaixo, está o link para o trailer do 2º filme: 


                      A literatura nacional contemporânea apresenta, algumas vezes, essa idealização. Por exemplo, no personagem Papa Capim, dos quadrinhos de Ziraldo. 




      

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Pinturas indianistas


Na pintura, apesar de um pouco atrasado em relação ao movimento literário, o Indianismo também se fez presente. As obras a seguir demonstram a adoção de temas indígenas:



Moema, de Victor Meirelles – 1866. O quadro retrata uma índia de exótica beleza.






O último tamoio, de Rodolfo Amoedo – 1883. A pintura representa duas personagens, padre Anchieta e o tamoio Aimberê, da obra “A Confederação dos Tamoios”.

Iracema, de José Maria de Medeiros – 1884. O quadro retrata a personagem Iracema, da obra de mesmo nome de José de Alencar.


Lindóia, de José Maria de Medeiros – 1882. A obra mostra a índia Lindóia, personagem do romance “O Uraguai”, de Basílio da Gama. 





“A confederação dos tamoios”


      A obra “A confederação dos tamoios” (1857), de Gonçalves de Magalhães, trata da luta dos índios tamoios contra os portugueses por sua liberdade. Vejamos essa passagem:


‘’ Rapido após como um possesso toma
O cadaver da esposa, ao hombro o lança,
Empunha a herculea maça e feroz brada:
“Tamoyo sou, Tamoyo morrer quero,
E livre morrerei. Comigo morra
O ultimo Tamoyo; e nenhum fique
Para escravo do Luso, a nenhum d’elles
Darei a gloria de tirar-me a vida”.

Peri


      A descrição do índio Peri, protagonista do romance “O Guarani” (1857), de José de Alencar, dispensa explicações:
      “Mas o inimigo caiu no meio deles, subitamente, sem que pudessem saber se tinha surgido no seio da terra, ou se tinha descido das nuvens.
       Era Peri.
       Altivo, nobre, radiante da coragem invencível e do sublime heroísmo de que já dera tantos exemplos, o índio se apresentava só em face de duzentos inimigos fortes e sequiosos de vingança.”

“O Canto do guerreiro”


      Vejamos, agora, exemplos da literatura indianista brasileira. Temos como principais autores dessa fase Gonçalves Dias e José de Alencar.
      No poema “O Canto do guerreiro”, de Gonçalves Dias, percebe-se como a valentia e a virtude são interpretadas como características do povo indígena, do qual descendem os brasileiros.


I
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar
– Ouvi-me, Guerreiros.
– Ouvi meu cantar




II
Valente na guerra
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
– Guerreiros, ouvi-me;
– Quem há, como eu sou?

Indianismo

      Muitos escritores começaram, assim, a escrever sobre o índio. Essa tendência, conhecida como Indianismo, logo se torna popular e caracteriza a primeira geração da poesia romântica brasileira e um dos gêneros da prosa. Muitos escritores românticos são inspirados pela definição de “bom selvagem” do filósofo francês Jean-Jacques Rousseau. Para ele, todos os homens nascem bons; a sociedade que os corrompe. O índio, não fazendo parte da sociedade, por viver isolado em tribos, é o ser humano bom, livre e incorruptível. O nativo se torna exemplo de valores e princípios que os autores desejavam divulgar.